Orquidário UEL reúne pesquisa, ensino e extensão em um único lugar
Mesmo sendo um dos países
mais ricos em variedades de orquídeas, no Brasil ainda são poucos os trabalhos
desenvolvidos com a planta. Segundo Ricardo Faria, professor de Fitotecnia, do
Departamento de Agronomia, do Centro de Ciências Agrárias (CCA), e coordenador
do Orquidário da UEL, os estudos são importantes tanto para o avanço das
pesquisas, como para a conservação da espécie na natureza.
No Brasil, existem 3 mil
espécies e no mundo, são mais de 30 mil variedades. Segundo o professor, o
espaço, que contabiliza aproximadamente 200 espécies de orquídeas, tem atraído
a atenção de muitos estudantes devido ao aumento da popularidade da
floricultura como agronegócio. No Orquidário, três estudantes de iniciação
científica, três estudantes de mestrado, dois estudantes de doutorado e
atualmente, um estudante de pós-doutorado, usam o espaço para desenvolver
projetos e pesquisas, todos do curso de Agronomia da UEL.
As temáticas dos trabalhos
variam muito. Alguns exemplos são melhoramento genético, propagação, cultivo,
identificação e domesticação de orquídeas selvagens. As atividades feitas em
laboratórios normalmente são sobre criopreservação, clonagem e indução de
poliploidia – que tem o intuito de aprimorar as espécies. Os estudantes que
gostam de trabalhar em campo, desenvolvem suas pesquisas nas estufas, já os que
gostam mais de laboratórios, têm os projetos voltados às técnicas de meio de
cultura, autoclavagem e propagação in vitro.
O professor explica que o
Orquidário tem como objetivo principal atender ao tripé da universidade:
ensino, pesquisa e extensão. “No âmbito da pesquisa ele funciona como um local
onde os alunos podem desenvolver as suas hipóteses e os seus trabalhos
científicos. O espaço apresenta um vasto material biológico para ser estudado.
O trabalho de extensão se dá através da prestação de serviço à comunidade com a
venda de orquídeas e a promoção de cursos. Com o ensino, pautado na graduação,
os estudantes do curso de Agronomia participam do plantio, da adubação e tem o
cultivo de orquídeas como modelo prático de produção de flores”, pontua.
Faria ressalta que
Orquidário vem colhendo muitos frutos. São mais de 100 trabalhos publicados em
revistas nacionais e internacionais, dezenas de dissertações de mestrado e
teses de doutorado, além da contribuição de mais de 100 alunos de iniciação
científica que passaram pelo local.
Jean Carlo Baudraz de Paula
iniciou a graduação em Agronomia em 2012. Passou pelo Orquidário como
estagiário no terceiro ano do curso e desde então tem utilizado o espaço para o
desenvolvimento dos seus trabalhos. No TCC, desenvolveu um trabalho sobre a
criopreservção das orquídeas. No mestrado, Jean continuou com os estudos na
área de criopreservação, mas desta vez com bromélias e finalizou no início
deste ano. Atualmente, é doutorando e pretende trabalhar com plantas
carnívoras. Ele afirma que o espaço contribui para que os estudantes possam
aprender na prática o que veem em sala de aula e também para que possam ter
contato direto com o objeto dos trabalhos.
Atualmente, além da parceria
com produtores de orquídeas, que trazem materiais para serem germinados, o
espaço conta com fornecimento de materiais de floricultura de empresas de
insumos da área de Agronomia, como a Londriestufa e a Gramado Sementes.
Thiago Couto é estudante de
Agronomia da Unopar e faz estágio no Orquidário UEL. Ele é responsável por
cuidar das plantas, fazer adubação, replante e receber os visitantes. Para ele,
o ambiente propricia às pessoas a aproximação com a natureza. “Todo mundo quer
ter um pouco da natureza dentro de casa. As pessoas que vêm aqui têm a chance
de aprender um pouquinho sobre esse universo e levar para casa também.”
Histórico - O professor Ricardo Faria criou o
Orquidário UEL em 1997 com o objetivo de oferecer aos estudantes um espaço para
pesquisa científica. Começou com a implantação de um pequeno laboratório de
clonagem e uma única estufa. A partir dos trabalhos com estudantes e
funcionários, o espaço foi tomando maiores proporções e hoje já soma nove
estufas. O Orquidário já fez lançamento de novas cultivares e um dos estudantes
que passaram pelo local, orientado pelo professor, chegou a registrar uma nova
variedade na Royal Horticultural Society (RHS), na Inglaterra.
A UEL sediou o 3º Simpósio
Brasileiro de Orquídeas, que reuniu pesquisadores e estudantes de todo o
Brasil, com participação do professor Wagner Vendrame, da Universidade da
Flórida. O evento contou com mais de 100 inscritos, e segundo o professor,
trabalhos bastante relevantes.
O Orquidário possui site
para divulgação das atividades e trabalhos e a Coluna “Flores e Paisagismo” na
Rádio UEL, onde semanalmente o professor aborda um diferente tema, baseado nas
dúvidas dos ouvintes. Segundo Faria, o objetivo é informar sobre os cuidados
com as plantas e com o jardim. Já forão discutidos mais de 60 temas, como
cultivo de violetas e samambaias, estilos de jardim e arborização urbana.
Serviço - O espaço é aberto às comunidades
interna e externa todas às sextas-feiras, das 8h30 às 15h30.
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