Criopreservação de sementes de orquídeas em nitrogênio liquído

fevereiro 23, 2017 Orquidário UEL 0 Comments


Sementes germinadas em placa de Petri (Foto: Alanis Brito)

A criobiologia é a ciência que estuda o efeito de baixas temperaturas em tecidos, órgãos ou organismos vivos. Dentro do ramo, podemos destacar a criopreservação que é um método de conservação do material biológico em baixíssimas temperaturas de até -196°C em nitrogênio líquido (NL2) ou em sua fase de vapor a -150°C, com a manutenção do material após o seu descongelamento. 
A criopreservação tem como princípio básico a redução da temperatura como forma de reduzir o metabolismo celular, permitindo que as células ou os tecidos sejam conservados por períodos indeterminados, permitindo a retomada do desenvolvimento celular normal após o armazenamento em nitrogênio líquido. Nessas condições de baixas temperaturas, o material é levado a um estado em que praticamente não ocorre divisão celular e o metabolismo é paralisado permitindo a preservação desse material por um tempo bastante prolongado.

Desenho esquemático que ilustra a sequência de etapas dos procedimentos para o congelamento lento e rápido da amostra, após a vitrificação desta com diferentes crioprotetores. (Fonte: Izulmé R.I. Santos)

Esse processo tem utilização na preservação de espécies ameaçadas de extinção onde é possível a conservação de diversos materiais vegetais como sementes, pólen, tecidos, raízes, bulbos, gemas, etc. 
O ponto chave da criopreservação é a etapa de congelamento e descongelamento do material, já que esses processos afetam estruturas, integridades coligativa e osmótica das células o que resulta em rupturas físicas e injúrias mecânicas letais. 
Para a criopreservação de orquídeas, tem-se utilizado diferentes órgãos vegetais, tais como: embriões, protocormos, pólen e sementes. O armazenamento das sementes das orquídeas desempenha papel importante na conservação a longo prazo de espécies e híbridos. As sementes de orquídeas possuem teores baixos de umidade assim, baixo teor de umidade dos tecidos é fundamental para obtenção de sucesso na criopreservação de materiais das mesmas.

Sementes da orquídea de jardim, arundina ou orquídea bambu. Submetidas a teste de tetrazólio (A) – Embrião viável; (B) – Embrião não viável; (C) sementes sem embrião (Foto: Douglas júnior Bertoncelli)
(A) Protocormos da orquideas de jardim arundina ou orquídea bambu formados 30 dias após sementes (B) Protocormo se desenvolvendo; (C) Semente não germinada. (Foto: Douglas júnior Bertoncelli )



**Texto com a colaboração do aluno de doutorado do curso de agronomia, Guilherme Augusto Cito Alves, que trabalha com linhas de pesquisas no Orquidário UEL

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